Blog
Benefícios do Pilates na Dor Lombar

A dor lombar ou lombalgia é uma das disfunções musculoesqueléticas mais comuns entre os brasileiros, estima-se que de 70% a 85% da população terá algum episódio de dor nas costas no decorrer da vida.

Nas últimas décadas, têm adquirido importância pelo fato de afetar uma parcela significativa da população economicamente ativa, podendo ser considerada uma das principais causas de afastamento do trabalho.

 

O QUE É DOR LOMBAR OU LOMBALGIA?

A lombalgia é uma condição dolorosa da coluna vertebral que causa incapacidade funcional e diminuição da qualidade de vida. É importante ressaltar que não é uma doença, e sim, um sintoma.

Frequentemente está associada a um conjunto de causas, como fatores sociodemográficos (idade, sexo, renda e escolaridade), comportamentais (fumo e sedentarismo), fatores ocupacionais (trabalho com grande sobrecarga física, longos períodos em uma mesma posição, movimentos repetitivos) e outros (obesidade, morbidades psicológicas, encurtamentos musculares).

 

20190511_143306

 

CLASSIFICAÇÃO DA DOR LOMBAR

– Lombalgia aguda: início súbito e com duração inferior a seis semanas;

– Lombalgia subaguda: duração de seis a doze semanas;

– Lombalgia crônica: duração superior a três meses, a contar a partir do primeiro episódio de dor aguda, caracterizada pela incapacidade gradativa, muitas vezes de início impreciso e períodos de melhora e piora. A esses casos também estão associadas modificações estruturais e na composição dos músculos responsáveis pela estabilização da coluna.

 

CAUSAS DA DOR LOMBAR

A dor lombar pode estar ou não associada às dores ciáticas (lombociatalgias), que são as dores irradiadas para a região do glúteo, coxa, perna e pé. São descritas como sensação de choque e/ou dormência, alteração da sensibilidade, da força e do movimento.

Sua origem pode estar relacionada com disfunções em diversas estruturas da coluna vertebral (disco intervertebral, articulações facetarias, músculos, fáscias, ossos, nervos e meninges), assim como, a algumas patologias (hérnia de disco, osteoartrose, artrite reumatoide, tumor, infecções, síndrome miofascial, entre outras).

Entretanto, grande parte dos casos de lombalgia têm origem inespecífica, ou seja, não há associação com uma doença específica que possa ser identificada como origem da dor. Nesse tipo de lombalgia, não há alteração estrutural, apenas sobrecarga do corpo por fraqueza muscular e falta de condicionamento físico que podem gerar dores fortes, contraturas e distensões musculares e inflamação na região.

Portanto, indivíduos que passam muito tempo sentados ou em pé, carregam cargas excessivas, vibração ou posturas não ergonômicas, podem apresentar lombalgias devido a falta de preparo físico.  

 

O MÉTODO PILATES NA DOR LOMBAR

20190511_142704

O método Pilates foi desenvolvido por Joseph Hubertus Pilates em 1920, na Alemanha e possui seis princípios básicos: centralização, concentração, controle, precisão, fluidez de movimento e respiração. Os exercícios envolvem contrações musculares, com ênfase no Power House, denominado por Joseph Pilates como centro de força, composto pelos músculos abdominais, assoalho pélvico, glúteos e paravertebrais lombares, que tem sua função principal estabilizar estática e dinamicamente o corpo.

Independente da causa, os indivíduos com dor lombar apresentam fraqueza dos músculos abdominais e posturais, pouca flexibilidade, uma postura inadequada e instabilidade da coluna. Pela dor e fraqueza, as musculaturas responsáveis pela estabilização da coluna apresentam um atraso no seu recrutamento durante o movimento, gerando sobrecarga e desalinhamento articular, o que gera mais dor, mais fraqueza e compensações de outras musculaturas, transformando-se em um ciclo de dor.

Estudos mostram, que o método Pilates é capaz de recrutar de maneira eficaz esses músculos estabilizadores, normalizando seu tempo de ativação, proporcionando ao praticante alinhamento da postura e o equilíbrio muscular, melhorando a mobilidade articular, aumentando a flexibilidade, fortalecimento dos músculos posturais e, consequentemente, resultando na redução dos quadros de dor lombar.

As aulas de Pilates são elaboradas de acordo com as necessidades específicas de cada praticante. Uma avaliação física é realizada para direcionar as aulas e identificar hábitos que possam estar prejudicando a coluna. Os exercícios são adaptados conforme as condições físicas do indivíduo, não havendo contraindicações, pois são exercícios de baixo impacto articular.

É importante que o praticante passe em consulta com um médico especialista antes de iniciar as atividades para um diagnóstico mais preciso e realização de exames de imagens, se necessário.

 

Déborah Kimie O. Morotomi Martins
CREFITO – 134800/F
Instrutora do Kinesis Pilates Água Verde

 

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

CONCEIÇÃO JS, MERGENER CR. Efficacy of ground Pilates for chronic low back pain patients: Case reports. Rev Dor. São Paulo, 2012 out-dez;13(4):385-8.

JUBÉ, L.P.M. Efeitos do Método Pilates no tratamento da dor Lombar não específica: estudo de revisão. 2013. 18 f. Projeto (Curso de Especialização em Pilates do Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada) – Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Goiânia, 2013.

MARÉS G, OLIVEIRA KB, PIAZZA MC, PREIS C, NETO LB. The importance of central stabilization in Pilates method: a systematic review. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 25, n. 2, p. 445-451, abr./jun. 2012.

Blog
Pilates na Incontinência Urinária

Como ocorre a incontinência Urinária?

Uma pessoa saudável sequer percebe os complexos mecanismos envolvidos na micção. Para urinar o indivíduo precisa de um bom controle muscular, em especial do assoalho pélvico. Também entram em ação músculos da parede abdominal e respiratórios, como o diafragma.

Existem duas camadas do assoalho pélvico que atuam na continência: a superficial e a profunda. A superficial é o períneo, um tecido muscular que envolve órgãos genitais externos e o ânus. O períneo é formado pelos músculos:

  • Bulboesponjoso
  • Isquiocavernoso
  • Transverso Superficial
  • Profundo Períneo
  • Esfíncter Uretral Externo
  • Esfíncter Anal Externo

Suas principais funções são controlar o fluxo da urina e também possibilitar o ato sexual. Em mulheres o períneo também atua durante o parto normal. A camada profunda do assoalho pélvico é formado pelos músculos:

  • Ísquios coccígeos
  • Levantadores do Ânus

Chamamos o conjunto dessas musculaturas de diafragma pélvico. Ele é responsável por sustentar as vísceras e mantê-las no lugar de acordo com as variações da pressão intra-abdominal.

O que é o assoalho pélvico?

20190503_122139

O assoalho pélvico é formado por um conjunto de 13 músculos localizados na pelve e estruturas que formam uma “rede” de sustentação para os órgãos internos e do feto (durante a gestação). A disfunção nesta musculatura poderá acarretar em implicações, sociais psicológicas e econômicas, afetando de forma significativa na qualidade de vida.

E como o método Pilates pode ajudar?

Um dos principais objetivos do Pilates é a contração e fortalecimento do “POWER HOUSE”, que significa: Centro de Força – este por sua vez, inclui a musculatura abdominal, musculatura dos glúteos, paravertebrais e do assoalho pélvico. Dessa forma, exercícios específicos para o assoalho pélvico podem proporcionar benefícios na força, resistência e propriocepção desta musculatura. Portanto o fortalecimento da musculatura por meio do Método Pilates tem papel importante tanto no tratamento quanto na prevenção das disfunções do assoalho pélvico,sendo uma opção não invasiva e associada a inúmeros benefícios para o corpo e mente!

Os exercícios de Pilates para incontinência urinária são bastante recomendados como parte do tratamento. Eles possuem baixo impacto, o que diminui o estresse exercido sobre músculos já fadigados no caso da incontinência. Além disso, seu trabalho é harmonioso e auxilia o aluno a superar seus limites e restrições sem passar por um processo doloroso ou humilhante.

Os exercícios estimulam o aumento do tônus muscular, levando a uma reeducação postural para correção da estática pélvica e o fortalecimento dos componentes esfincterianos (músculos que se mantêm contraídos, impedindo a saída da urina involuntariamente).

A seguir, alguns exercícios do método Pilates que podem ajudar no controle da incontinência urinária:

20190503_122826

20190503_123517

Larissa Lisboa
Fisioterapeuta- CREFITO: 259646-F
Instrutora do Kinesis Pilates Champagnat.

REFERÊNCIAS

REIS, R.B.; COLOGNA, A.J.; MARTINS, A.C. “Incontinência Urinária no Idoso”. In: Acta Cirúrgica Brasileira. São Paulo, v. 18, s. 5, 2003

RYDEARD, Rochenda; LEGER, Andrew; SMITH, Drew. Pilates-Basead Therapeutic Exercise: Effect on Subjects with nonspecific chronic low back pain and functional disability: A randomized controlled trial. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, Canada, vol, 36, n.7, 2006. Disponível em:< http://www.jospt.org/doi/abs/10.2519/jospt.2006.2144>

KNORST, Mara R. et al. Intervenção fisioterapêutica em mulheres com incontinência urinária associada ao prolapso de órgão pélvico. Rev. bras. fisioter., São Carlos, v. 16, n. 2, Apr. 2012.

Abrir o Chat
Como posso ajudar?
Converse agora com um consultor para tirar dúvidas ou para agendar uma aula experimental!