A dor lombar ou lombalgia é uma das disfunções musculoesqueléticas mais comuns entre os brasileiros, estima-se que de 70% a 85% da população terá algum episódio de dor nas costas no decorrer da vida.
Nas últimas décadas, têm adquirido importância pelo fato de afetar uma parcela significativa da população economicamente ativa, podendo ser considerada uma das principais causas de afastamento do trabalho.
O QUE É DOR LOMBAR OU LOMBALGIA?
A lombalgia é uma condição dolorosa da coluna vertebral que causa incapacidade funcional e diminuição da qualidade de vida. É importante ressaltar que não é uma doença, e sim, um sintoma.
Frequentemente está associada a um conjunto de causas, como fatores sociodemográficos (idade, sexo, renda e escolaridade), comportamentais (fumo e sedentarismo), fatores ocupacionais (trabalho com grande sobrecarga física, longos períodos em uma mesma posição, movimentos repetitivos) e outros (obesidade, morbidades psicológicas, encurtamentos musculares).
CLASSIFICAÇÃO DA DOR LOMBAR
– Lombalgia aguda: início súbito e com duração inferior a seis semanas;
– Lombalgia subaguda: duração de seis a doze semanas;
– Lombalgia crônica: duração superior a três meses, a contar a partir do primeiro episódio de dor aguda, caracterizada pela incapacidade gradativa, muitas vezes de início impreciso e períodos de melhora e piora. A esses casos também estão associadas modificações estruturais e na composição dos músculos responsáveis pela estabilização da coluna.
CAUSAS DA DOR LOMBAR
A dor lombar pode estar ou não associada às dores ciáticas (lombociatalgias), que são as dores irradiadas para a região do glúteo, coxa, perna e pé. São descritas como sensação de choque e/ou dormência, alteração da sensibilidade, da força e do movimento.
Sua origem pode estar relacionada com disfunções em diversas estruturas da coluna vertebral (disco intervertebral, articulações facetarias, músculos, fáscias, ossos, nervos e meninges), assim como, a algumas patologias (hérnia de disco, osteoartrose, artrite reumatoide, tumor, infecções, síndrome miofascial, entre outras).
Entretanto, grande parte dos casos de lombalgia têm origem inespecífica, ou seja, não há associação com uma doença específica que possa ser identificada como origem da dor. Nesse tipo de lombalgia, não há alteração estrutural, apenas sobrecarga do corpo por fraqueza muscular e falta de condicionamento físico que podem gerar dores fortes, contraturas e distensões musculares e inflamação na região.
Portanto, indivíduos que passam muito tempo sentados ou em pé, carregam cargas excessivas, vibração ou posturas não ergonômicas, podem apresentar lombalgias devido a falta de preparo físico.
O MÉTODO PILATES NA DOR LOMBAR
O método Pilates foi desenvolvido por Joseph Hubertus Pilates em 1920, na Alemanha e possui seis princípios básicos: centralização, concentração, controle, precisão, fluidez de movimento e respiração. Os exercícios envolvem contrações musculares, com ênfase no Power House, denominado por Joseph Pilates como centro de força, composto pelos músculos abdominais, assoalho pélvico, glúteos e paravertebrais lombares, que tem sua função principal estabilizar estática e dinamicamente o corpo.
Independente da causa, os indivíduos com dor lombar apresentam fraqueza dos músculos abdominais e posturais, pouca flexibilidade, uma postura inadequada e instabilidade da coluna. Pela dor e fraqueza, as musculaturas responsáveis pela estabilização da coluna apresentam um atraso no seu recrutamento durante o movimento, gerando sobrecarga e desalinhamento articular, o que gera mais dor, mais fraqueza e compensações de outras musculaturas, transformando-se em um ciclo de dor.
Estudos mostram, que o método Pilates é capaz de recrutar de maneira eficaz esses músculos estabilizadores, normalizando seu tempo de ativação, proporcionando ao praticante alinhamento da postura e o equilíbrio muscular, melhorando a mobilidade articular, aumentando a flexibilidade, fortalecimento dos músculos posturais e, consequentemente, resultando na redução dos quadros de dor lombar.
As aulas de Pilates são elaboradas de acordo com as necessidades específicas de cada praticante. Uma avaliação física é realizada para direcionar as aulas e identificar hábitos que possam estar prejudicando a coluna. Os exercícios são adaptados conforme as condições físicas do indivíduo, não havendo contraindicações, pois são exercícios de baixo impacto articular.
É importante que o praticante passe em consulta com um médico especialista antes de iniciar as atividades para um diagnóstico mais preciso e realização de exames de imagens, se necessário.
Déborah Kimie O. Morotomi Martins
CREFITO – 134800/F
Instrutora do Kinesis Pilates Água Verde
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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MARÉS G, OLIVEIRA KB, PIAZZA MC, PREIS C, NETO LB. The importance of central stabilization in Pilates method: a systematic review. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 25, n. 2, p. 445-451, abr./jun. 2012.